07 janeiro, 2009

As galerias acabam por ficar desertas e escolhem-se espaços alternativos, longe das grandes cidades e do alvoroço da civilização moderna. Na land art resurge o desejo de se operar para a lém dos limites tradicionais, desejo que, no século XIX, tinha levado por exemplo, Gauguin para o Taiti e Rimbaud para África. Redescobre-se também o mito do herói romântico, na figura do artista que parte em busca de algo indefinido, indiferente às distâncias, aos incómodos e aos eventuais perigos. Para alguns, a viagem assume mesmo o valor de um percurso iniciático ou catártico, que pode culminar na expressão de si mesmo, mas encobre o risco da perda de identidade. O que importa não é instalar na natureza virgem obras previamente executadas nos ateliers, mas executá-las no local, moldando-o até o transformar em obra de arte.